Ao Porto que sonhamos chega-se pelo caminho do emprego. Este é um caminho que devemos percorrer com uma atitude positiva. O Porto não se pode esquivar do confronto com as debilidades estruturais que a região apresenta, e que permitem à violenta conjuntura que vivemos castigar de forma assustadora as nossas empresas, as nossas familias, a nossa gente!
Esta batalha deve começar por se travar com um duro combate à fuga de cérebros que quotidianamente delapida o capital de talento da Cidade e da Região. O Porto deve afirmar-se como espaço de criatividade, de conhecimento e a inovação, verdadeiras ferramentas da construção de um modelo de desenvolvimento capaz de fixar as suas gentes, e realizar os seus melhores quadros.
Temos a noção que não estamos em condições de fazer este caminho sozinhos. Temos ainda assim a responsabilidade de procurar reflectir e encontrar propostas capazes de contribuir para a inversão do fenómeno. Devemos dar a palavra a todos os que se viram obrigados a deixar o Porto rumo a Lisboa, ou mesmo abandonando o país, na busca da realização profissional que cá não encontraram. Devemos ouvi-los, procurar perceber os seus fundamentos e, em conjunto, com imaginação, identificar pistas para uma solução, corporizadas em propostas do CDS. Assim, o primeiro passo a dar será organizar um dia de debate sobre o tema, trazendo ao CDS estas pessoas. Será a “Convenção dos Expats”.
Temos a plena consciência que este caminho irá inexoravelmente entroncar com o caminho da criação de condições de competitividade e eliminação de barreiras de contexto regional, pelo que não deixaremos de percorrer também com determinação esse caminho, com paços de esclarecimento, ouvindo, reflectindo e debatendo o tema sob perspectivas diferentes, com o contributo de saberes diversos e, finalmente, desafiando o CDS do Porto, pelo voto dos seus militantes, a tomar posição sobre qual o sentido a seguir em direcção à inadiável descentralização administrativa do Estado.
Estaremos pois reunidos no “Dia do CDS Porto” a debater esta questão e, em plenário de militantes, tomar partido.
Miguel Barbosa